Por Jean Pierry Oliveira
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Foto: Divulgação |
O início de uma nova novela
sempre vem com o clima de expectativas sobre o que nos será apresentado todas
as noites, por um período, geralmente, de seis a oito meses no ar. E com “A Lei
do Amor” não foi diferente. Após o oásis barroco e nordestino que foi “Velho
Chico” a nova das 21h traz a cinzenta e querida São Paulo dos estreantes no
turno Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari como pano de fundo, onde a
fictícia São Dimas é o cerne dos acontecimentos.
Impedida de estrear anteriormente
– viria antes de Velho Chico – pelo conteúdo político que vai desenrolar, o que
geraria problemas por ser ano eleitoral, a trama chegou e mostrou que veio para
oferecer aquela típica novela que o público gosta: a mocinha pobre que se
apaixona pelo galã rico, mas que são impedidos de viver o romance pela família
abastarda que não aceita o casal. Demérito? Não, nenhum. Após novelas que
focalizavam demais as comunidades e a nova classe brasileira (A Regra do Jogo e
Babilônia) e experimentações no horário (Velho Chico), os autores foram
inteligentes em trazer o básico do “feijão com arroz” para os telespectadores.
Ainda que nesta primeira semana os índices de audiência estejam abaixos do
esperado – na última quinta feira (06/10) a novela marcou 26(SP) e 27 (RJ),
porém foi mais curta devido ao jogo Brasil x Bolívia – “A Lei do Amor” não pode
ser chamada de ruim.
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Isabelle Drummond e Chay Suede: protagonistas na primeira fase Foto: João Miguel Junior/ Globo |
Prova disso está em seu estelar
elenco. Ambientada em duas fases, é de Chay Suede (Pedro) e Isabelle Drummond
(Helô) a responsabilidade de contar a história do casal de protagonistas. Com
muita química e talento não foi difícil que os jovens conquistassem o público
e, principalmente, mobilizassem torcidas apaixonadas pelas redes sociais.
Entretanto, como parece ter virado praxe na “Rede Globo, na fase seguinte
mudam-se os atores e Reynaldo Gianecchini e Claudia Abreu assumem os papéis
deixando órfãos do primeiro casal parte do público. Isso pode ser bom, mas
também é ruim pois implicará nos dois últimos atores citados terem que “remar
novamente” para cativar o espectador. Irrepreensíveis também estão os vilões de
Tarcísio Meira (Fausto) e Vera Holtz (Mág) numa dobradinha que dá gosto e onde
não podia se esperar nada diferente dali. Denise Fraga (Cândida) e Daniel
Ribeiro (Jorge) foram outros gratas e importantes participações neste primeiro
ato, com a marca da direção segura de Denise Saraceni ao lado de Nathália
Grimberg. Thiago Lacerda, Heloísa Perrisé, Camila Morgado, Grazi Massafera,
Emanuelle Araújo, Titina Medeiros, Ricardo Tozzi e grande elenco darão as caras
a partir de agora.
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Elenco e equipe de "A Lei do Amor" reunidos: atores das duas fases juntos Foto: Reprodução |
Escrever sobre início de uma
novela é sempre complicado, pois como os folhetins costumam ser “obras
abertas”, ou seja, moldadas conforme a necessidade e vontade daquilo que o
público quer ver – e que a emissora precisa, leia-se, audiência – muita coisa
ainda vai acontecer. Mas “A Lei do Amor” já deixa claro que busca fisgar para
as telinhas aquela dona e dono de casa que há muito tempo zapeia sua TV por
outros canais, pela TV paga ou pela febre do on demand (tipo Netflix), em busca de conteúdos mais atrativos na
falta de algo que lhes chamem a atenção numa história. Sem arriscar, mas com
qualidade – que vai das interpretações até a trilha sonora recheada de MPB e
até a tradicional música portuguesa, o Fado – “A Lei do Amor” tem tudo para ser
aquele novelão clássico na medida certa para fazer acontecer e alavancar os
índices no horário nobre.
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Gianecchini e Claudia Abreu serão Pedro e Helô na segunda fase Foto: TV Globo |
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