Por Jean Pierry Oliveira
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Zana(Juliana Paes) entre Yaqub (Lorenzo Rocha) e Omar (Enrico Rocha) em "Dois Irmãos": uma de seus melhores trabalhos na televisão Foto: TV Globo |
Foram
apenas três capítulos, mas o suficiente para Juliana Paes encantar e cativar
público e crítica com sua Zana na minissérie “Dois Irmãos”, na “Rede Globo”.
Com doses cavalares e precisas, a personagem mescla tons de sensualidade e
dramaticidades - característicos da atriz – numa enervada relação com seus
gêmeos Omar e Yaqub.
Com
uma carreira marcada por papéis que exploravam sua beleza em mocinhas como a
Maya de “Caminhos das Índias” e a “Gabriela” do folhetim de mesmo nome, ou a
comédia também marcada por suas voluptuosas “curvas”, como a Jacky Joy de
“Celebridade”, a Guinevere de “Pé na Jaca” e/ou a Creusa de “América”, Juliana
vem nos últimos trabalhos distanciando-se de certos esteriótipos e mostrando
outros recursos como atriz. A “virada”, na minha opinião, veio com a Catarina
de “Meu Pedacinho de Chão” (2014). Coincidentemente – ou não – a novela também
foi dirigida por Luiz Fernando Carvalho, que é responsável por “Dois Irmãos”, e
presenteou a artista com uma personagem completamente fora da “zona de
conforto”.
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Madame Catarina de "Meu Pedacinho de Chão": fora da zona de conforto Foto: TV Globo |
Com
características teatrais, expressiva e cheia de tons fortes, Juliana fez de sua
Madame Catarina uma oportunidade para mergulhar com afinco num universo de fantasia
sem cair na caricatura. Ali, ela despiu-se de qualquer vaidade e encarnou uma
de seus melhores papéis. Pavimentando novos lugares, Juliana parece ter
demonstrado toda a sua versatilidade para além do que estava acostumada a
interpretar e, talvez, por isso mesmo, a implacável Carolina Castilho de
“Totalmente Demais” (2015) tenha caído como uma luva para si.
A
saudosa trama de Rosane Svartman e Paulo Halm teve na atriz a principal
antagonista da história. Dona de uma personalidade forte e completamente
apaixonada pelo mocinho Artur (Fábio Assunção), a personagem tinha
interessantes contornos de personalidade e oscilava entre momentos de euforia,
raiva, paixão, amor, grosseria e outros tantos sentimentos. Foi, certamente, a
personagem mais “madura” e próxima (em idade) e do momento de Juliana. Isso
corroborou com uma interpretação à altura de seu talento e foi um outro
desafio, brilhantemente, realizado pela mesma.
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Carolina Castilho em "Totalmente Demais": personagem cheia de nuances Foto: Guilherme Sousa |
Daí,
não é difícil entender porque Carvalho a tenha escolhido para repetir a
parceria em “Dois Irmãos” e fez de Zana o papel central da obra homônima de
Milton Hatoum na TV, tão complexa e complexada entre um amor quase incestuoso
com um filho (Omar) e a rejeição/frieza com o outro (Yaqub).
Mais
um papel, portanto, que marca essa fuga do óbvio na carreira tão bem construída
por Juliana Paes na telinha, até aqui, em uma nova fase profissional. Tudo leva
a crer que na próxima novela das nove, “A Força do Querer”, substituta de “A
Lei do Amor”, de Glória Perez, a sua traficante Bibi Perigosa seja mais um
sucesso. Alguém duvida?
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Atriz caracterizada como Bibi Perigosa em "A Força do Querer", próxima das nove Foto: Globo/ Divulgação |
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