Por Jean Pierry Oliveira
Chamada de supersérie pela Rede Globo, o que se viu na última segunda feira na estreia de “Os Dias Eram Assim” foi um novelão com todos os seus clichês e paradoxos maniqueístas. Talvez para adequar o formato de 87 capítulos como uma série – o que seria até longa demais para isso – e assim vender mais facilmente para o mercado exterior ou chamar atenção daqueles que não gostam de se prender por muito tempo numa história, o fato é que a nova produção das 23 hrs estreou com um ótimo capítulo.
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Foto: Reprodução/Divulção/Globo |
Chamada de supersérie pela Rede Globo, o que se viu na última segunda feira na estreia de “Os Dias Eram Assim” foi um novelão com todos os seus clichês e paradoxos maniqueístas. Talvez para adequar o formato de 87 capítulos como uma série – o que seria até longa demais para isso – e assim vender mais facilmente para o mercado exterior ou chamar atenção daqueles que não gostam de se prender por muito tempo numa história, o fato é que a nova produção das 23 hrs estreou com um ótimo capítulo.
Com cenas reais da Ditadura Militar
que assolou o Brasil de 1964 a 1985 entremeadas com a da ficção, vimos um
caprichado elenco dar as suas caras em seguras interpretações. Destaques para
Antônio Calloni (Arnaldo Sampaio) e Daniel de Oliveira (Vítor) que já deixaram
claro a voltagem perigosa de seus personagens, que por mais que sejam conservadores,
de direita e cunhados no lado sombrio do enredo, servem na verdade como instrumentos
do verdadeiro vilão da história que são os anos de chumbo da época. Além deles,
Sophie Charlotte (Alice) e Renato Góes (Renato) demonstraram atitude e sintonia
entre o casal que viverá um amor como Romeu e Julieta, separados por famílias
distintas e obstáculos trágicos em suas trajetórias. Gabriel Leone (Gustavo),
Barbara Reis (Cátia), Caio Blat (Túlio) e Natália do Valle (Kiki) também
merecem ser citados.
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Daniel de Oliveira, Sophie Charlotte e Renato Góes: protagonistas Foto: Divulgação/TV Globo |
Com mais ousadia e liberdade para
explorar temas que em outros horários não são permitidos, “Os Dias Eram Assim” investiu
caprichosamente na qualidade da fotografia (apesar de um pouco escura) de tom
cinematográfico, figurinos, cenografia e efeitos especiais, na direção
artística de Carlos Araújo. Mais novelesco que isso, impossível. Trama de estreia
das autoras Ângela Chaves e Alessandra Poggi, “Os Dias Eram Assim” promete
oferecer uma bela história durante seus cinco meses, apoiado num bom elenco e
direção e suficientemente capaz de fazer frente a qualquer outro folhetim. Seja
ele micro, macro, série, minissérie ou supersérie.
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