EXCLUSIVO: Karina Ramil, do Porta dos Fundos, conversa com Segundo Canal e fala sobre o humor, família, carreira e assédio: “machistas não passarão”
Por Jean Pierry Oliveira
Carioca com raízes gaúchas, humorista, com pai coruja e integrante de um dos maiores canais de humor do mundo. Todas essas características remetem a Karina Ramil, atriz que desde abril do ano passado integra o elenco fixo do coletivo Porta dos Fundos, no Youtube, e diverte milhões de internautas. Filha cantor Kleiton, da dupla Kleiton e Kledir, a jovem iniciou sua carreira na famosa escola teatral Tablado, aos 12 anos, e de lá em diante não parou mais. Aos 27 anos e com experiências no teatro, na TV (participou das novelas “A Favorita” e “Fina Estampa”, entre outros) e no cinema, Karina conta nesta entrevista exclusiva ao Segundo Canal um pouco sobre sua vida dentro e fora do cenário artístico, humor, política, assédio sexual e sobre a Companhia de Quatro Mulheres, fundada ao lado de outras três atrizes. Confira:
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Karina Ramil: desde 2016 no Porta dos Fundos Foto: Rodrigo Lopes |
Carioca com raízes gaúchas, humorista, com pai coruja e integrante de um dos maiores canais de humor do mundo. Todas essas características remetem a Karina Ramil, atriz que desde abril do ano passado integra o elenco fixo do coletivo Porta dos Fundos, no Youtube, e diverte milhões de internautas. Filha cantor Kleiton, da dupla Kleiton e Kledir, a jovem iniciou sua carreira na famosa escola teatral Tablado, aos 12 anos, e de lá em diante não parou mais. Aos 27 anos e com experiências no teatro, na TV (participou das novelas “A Favorita” e “Fina Estampa”, entre outros) e no cinema, Karina conta nesta entrevista exclusiva ao Segundo Canal um pouco sobre sua vida dentro e fora do cenário artístico, humor, política, assédio sexual e sobre a Companhia de Quatro Mulheres, fundada ao lado de outras três atrizes. Confira:
Quando surgiu o seu
interesse pelas artes cênicas?
Minha família sempre me estimulou na arte, desde pequena me
colocavam em cursos de teatro, música, artes plásticas. No Tablado eu me sentia
em casa. Então, não me lembro de um momento específico em que ocorreu isso,
acho que foi um movimento natural me interessar pelas artes cênicas.
Ser filha de famoso
pesa? O que o Kleiton acha de seus trabalhos?
Não, nem um pouco. Tenho orgulho de ser ligada ao meu pai e
ele sempre me apoiou muito. Somos muito parceiros, mas apesar de ter uma família
nas artes em geral, acho que nossos trabalhos são bem diferentes.
Na sua carreira você
já teve a oportunidade de atuar no teatro, no cinema e na televisão. Qual
desses veículos mais te agrada e qual deles é mais desafiante?
Todos tem seu desafio particular, mas acho que hoje eu diria
cinema, por ser o que menos trabalhei. Nunca fiquei uma temporada gravando
intensamente uma história intensa nessa linguagem. Eu tenho a impressão que o
desconhecido é o mais desafiador.
Desde quando você
integra o elenco do Porta dos Fundos?
Desde abril de 2016. Faz um ano agora!
Como surgiu o
convite?
Na verdade foram testes. No final de 2015 vi umas chamadas em algumas redes sociais
do Porta procurando atores e atrizes. Alguns amigos me incentivaram e eu mandei
meu material. Me chamaram para os testes e entre eles algumas participações.
Depois de um tempo rolou o convite para integrar o elenco fixo e claro que
aceitei! Fiquei super feliz.
O Porta dos Fundos
tem pouco mais de 11 milhões de assinantes em seu canal e 2 bilhões de
visualizações no Youtube. Como está sendo essa experiência? Rola muita
cobrança? Sente que a responsabilidade aumentou?
Eu não me sinto cobrada por ninguém lá dentro, mas rola a
cobrança pessoal né? A responsabilidade certamente aumenta sabendo que tem
tanta gente assistindo, mas ao mesmo tempo isso é maravilhoso porque acaba
sendo um estímulo. Você quer estar cada vez melhor.
Como você enxerga o
fenômeno dos Youtubers, nos últimos anos? Acompanha o trabalho de algum(a)
deles(as)?
Eu acho bem legal, de vez em quando passeio pelo youtube pra
ver o que estão falando. Acho que isso é aproveitar todas as camadas que a
internet pode te dar. Cada um pensa diferente e acaba achando seu nicho. Só
acompanho o Totoro com o Totorial, porque acho ele muito carismático e adoro
jogos. Mas sobre a galera que fala mais sobre cotidiano não tem ninguém
específico, só sigo o Whindersson no
instagram e morro de rir.
Atualmente, o
politicamente correto dita e cerceia muitas questões. Isso é algo que te
preocupa quando se faz humor? Até onde o humor pode ir? Ou não há limites?
Eu acho que nós estamos vivendo em um momento de bastante
reflexão, acho que as pessoas tem limites, então acaba que o humor não fica
legal de certas formas. Eu não faço piada com minoria, por exemplo. Acho isso
uma coisa velha, tem tanto assunto diferente, por que bater sempre na mesma
tecla?
Qual o vídeo que você
mais gostou de fazer no Porta?
Nossa, eu amei vários. Tem alguns que tenho carinho
especial, tipo “Woddy Allen” que foi um dos primeiros que gravei. Dos mais
recentes eu amei “Monstro”, porque foi divertido e achei o roteiro genial.
Você é muito
expressiva nos seus vídeos, o que denota logo uma de suas características como
atriz e fazendo humor. Quem te inspira ou te inspirou na carreira?
Pois é né? Eu sempre fui do teatro e nunca ficava observando
que feições eu fazia, só estava vivendo aquilo, sabe? Mas no vídeo isso se
torna algo muito marcante, não
tem como fugir. Muitas pessoas me inspiram, mas acho que no Brasil a Fernanda
Torres, Drica Moraes e Andrea Beltrão são grandes exemplos pra mim. Quando era
mais nova, era viciada em Jim Carrey e Michael Courtemanche e eles são bem
careteiros, de repente saiu daí. (rs)
Nas últimas semanas
veio a tona a denúncia de assédio sexual cometido pelo ator José Mayer contra
uma figurinista da Rede Globo e a consequente mobilização da classe artística
feminina da emissora, que culminou com o afastamento do ator das tramas por
tempo indeterminado. O que você achou de toda essa repercussão? Já passou por
alguma situação semelhante?
Não conheço o José Mayer, mas cometendo um assédio tem que
ser punido como qualquer um. Achei importante a Globo se posicionar sobre esse
assunto, mas de qualquer forma o foco não é ele. Toda mulher já passou por
alguma situação assim, infelizmente é cotidiano. O que temos que fazer é ouvir
quando uma vítima fala e não questioná-la. A campanha
#MexeuComUmaMexeuComTodas, em resposta ao que aconteceu com a figurinista
serviu como um aviso: as mulheres estão se unindo, estamos de olho e machistas
não passarão.
O Porta dos Fundos é
conhecido por satirizar muitas situações do dia a dia, algumas de cunho
político. Como o momento político e social polarizado vivido atualmente
influencia ou inspira o trabalho de vocês?
Acho que sim, tudo influencia e inspira. Lá dentro tem
várias opiniões diferentes, o que faz com que a criação seja ainda mais rica, o
humor mais inteligente. Acho que qualquer situação que tivesse acontecendo
politicamente no Brasil geraria texto, mas como estamos vivendo um momento
histórico, acredito que isso seja mais abordado no Porta.
Você é carioca, mas
tem raízes familiares gaúchas. Qual o seu time?
Nossa, essa é difícil! Mas eu me considero Flamengo e
Grêmio.
E se rolar piada de
gaúcho no Portas, vai fazer?
Ah claro. Se não achar nada a ver, com certeza. Outro dia
até brincaram comigo falando que se tivesse piada sobre o sul ou até sotaque
tinham a autorização de uma quase gaúcha lá.
Gostaria que falasse
um pouco do seu trabalho na Companhia Quatro Mulheres, que inclusive você
ajudou a fundar.
A Companhia de Quatro Mulheres foi fundada em 2011 por mim,
Anita Chaves, Andrezza Abreu e Lorena Comparato. Nós nos conhecemos em cursos
de teatro e percebemos que juntas poderíamos fazer mais coisas que
individualmente. A gente lia textos e via peças e percebemos que tinham poucas
mulheres protagonizando, era sempre uma mulher em referência a um drama
masculino. Quando soubemos do FESTU Rio (um festival de teatro universitário)
começamos a escrever nosso próprio material. Participamos de vários anos,
ganhamos, fizemos uma peça chamada Ricardo. Nos últimos anos escrevemos muito e
direcionamos projetos que estão em andamento esse ano, mas a maioria pro lado
audiovisual. Pra quem quiser conhecer mais, nós temos a página no facebook: https://www.facebook.com/companhiadequatro
Para finalizar, quais
os próximos projetos ou novidades de Karina Ramil em 2017?
Como disse antes, estou com alguns projetos com a minha
companhia e com outras parcerias. A maioria vai sair no segundo semestre
juntamente com uma peça.
Kleiton e Kledir sertanejos??? o jornalista que escreveu a matéria mora no Brasil ???ou é desinformado mesmo???
ResponderExcluirAgradecemos a observação. Foi um (grave) lapso, prontamente corrigido. Obrigado por seu alerta. Abraço!
ExcluirKarina, você é fantástica tanto no seu trabalho quanto como pessoa. Seu brilho é intenso e aumenta sempre!! Parabéns, minha querida!!! Você está sempre se superando! Mil beijos!!!
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