Crítica: “Rock Story” contou uma história sem enrolar o público e deixará saudades

Por Jean Pierry Oliveira

Rafael Vitti, Alinne Moraes e Vladmir Brichta: triângulo amoroso em Rock Story
Foto: César Alves/ TV Globo

Na próxima segunda feira (05/06) chega ao fim a novela “Rock Story”, que marcou a estreia solo da autora Maria Helena Nascimento. Com diversas colaborações no currículo, em duas décadas dedicadas ao ofício, a novata autora não teve receio de apostar alto e arriscar tudo aquilo que sua experiência e talento pediam . Dessa maneira, Nascimento deu vida a uma das mais saborosas tramas dos últimos anos no horário das 19h30.

Com o embate entre um roqueiro famoso dos anos 80 e um novato da música romântica atual, Rock Story divertiu, emocionou e soube entreter como se deve o telespectador. Ainda que muitos folhetins sofram de um manequeísmo, esta não pode ser caracterizada como aquela em que essa virtude foi a que mais saltou aos olhos. Pelo contrário. Com personagens muitos bem construídos, ambíguos e “humanizados”, isto é, verossímeis, Rock Story entrelaçou todos os seus eixos sob aspectos muito particulares e, ao mesmo tempo, muito comuns a qualquer um de nós. Talvez por isso, apontar exatamente Diana (Alinne Moraes) como vilã e Júlia (Nathália Dill) como exatamente a típica mocinha, respectivamente, não seja lá tão à risca assim. Ainda assim, a novela apresentou um ritmo ágil, sem maiores firulas para segurar a audiência e a atenção do público por muito tempo, um elenco afiado e uma direção muito competente de Dennis Carvalho e Maria de Médicis, entre outros da equipe.

Meninos da Banda teen 4.4: talento e música boa
Foto: Inácio Moraes/Gshow
Além das duas atrizes citadas acima, destacaram-se também Vladimir Brichta (Gui Santiago), num de seus melhores papéis na TV, Herson Capri (Gordo), Alexandra Richter (Eva) – saída da zona de conforto do humor e explorando um papel mais dramático com muito propriedade -  Rafael Vitti (Léo Regis), Ana Beatriz Nogueira (Néia), Suzy Rêgo (Gilda), Paulo Betti (Haroldo), Viviane Araújo (Edith), João Vicente de Castro (Lázaro), além dos meninos da Banda 4.4: Nicolas Prattes (Zac), Danilo Mesquita (Nicolau), Enzo Romani (Jaílson), João Vítor Silva (Tom) e Maicon Rodrigues (JF). Certamente cometi um pecado em citar apenas esses, mas sem demérito nenhum, pois todo o “team Rock Story” merece aplausos.

Outro ponto alto da trama foi a trilha sonora, marcadamente saudosista ao relembrar o melhor do rock nacional e internacional e da música popular brasileira no geral, com alguns toques de Pop, onde se ouviu de Queen, até Cazuza e Lady Gaga. Além disso, como já dito anteriormente no Segundo Canal, foi uma das poucas novelas que contou com personagens negros em papéis não subalternos ou com esteriótipos de favelados, seguranças ou empregadas, por exemplo. Um “pequeno detalhe” que fez muita diferença. Com tudo isso e por tudo isso, Rock Story encerra sua passagem com uma ótima audiência (facilmente ultrapassou 30 pontos), provando que a fórmula de telenovelas não está desgastada e que a renovação de autores está fazendo muito bem a Rede Globo. 

Maria Helena Nascimento: autora de "Rock Story"
Foto: Divulgação

Comentários